Como escritor deste blog e,
naturalmente, leitor me questiono se os demais não se intrigam com a
seguinte pergunta: “Porque escrever sobre Angola ?” Peço
desculpa aos que não, mas pessoas mais conservadoras ainda tenderiam
a dificultar nossa resposta, porque poderiam nos confrontar
aumentando a complexidade da pergunta: ”Por que não escrever sobre
Portugal uma vez que é um trabalho de lusofonia ?”
*Pois é, a primeira ponderação
a ser feita é que questionamentos são naturais e fundamentais, seja
para quem lê ou quem escreve, sendo mais importantes até mesmo que
as próprias respostas.
Muitos ramos na ciência fazem
crítica mundo em que vivemos, onde muita informação é recebida,
de um centro emissor sem ser, ao menos, questionada ou refletida.
Esta informação, que pode ter sofridos de “desvios” sendo, até
mesmo, alterada para atender certo interesse de quem possui os meios,
é tomada como verdade. Então ao prestarmos atenção a uma simples
e cotidiana conversa poderemos ouvir: “ Você deve fazer isso
porque ontem eu estava assistindo ao jornal e o especialista disse
que ...” Quem garante que até mesmo a imagem de um especialista
não pode estar sendo usada ?
Paralelamente aos fatos citados
acima devemos avaliar a maneira como as notícias são passadas. As
informações vêm como balas de uma metralhadora, o que não nos dá
tempo para reflexão. Logo ao final de um jornal de meia hora, por
exemplo, pouco lembraremos do que nos foi passado, até por que
oitenta por cento de toda informação é inútil a quase todos
(noticias referentes a personalidades, mais conhecidas como fofocas,
esportes, ... ) enquanto os vinte por cento restantes e importantes
não são valorizados (note que as noticias importantes vem depois
do intervalo comercial), ou seja, não é enfatizado a importância
disso ou daquilo. Mas o que importa é como eles possuem o
“compromisso com a verdade e a noticia” sempre imparciais, e
dedicados a você.
- Claramente que esta é apenas uma abordagem básica de temas que foram trabalhados por estudiosos, sugiro que pesquisem sobre o mesmo.
Indo direto ao ponto, a segunda
ponderação a ser feita é que pessoas costumam reduzir a cultura de
um CONTINENTE a uma única, ou seja, toda uma diversidade cultural,
valores, belezas, encantos é traduzida em: negros pobres, incultos,
macumbeiros e ...
Esse absurdo que ainda se
encontra no pensamento ou na boca de ignorantes, não se pode sequer
receber nossa atenção, porque além de não ser digno dela é
também desmentido pelos números (estes que são expressíveis,
notáveis, ... ). Por isso que estamos aqui, a escrever sobre Angola,
para romper com as barreirais do preconceito, quebrar com paradigmas.
Mais do que um simples trabalho de lusofonia, que é com muito prazer
que o fazemos, buscamos a luz na cabeça de pessoas que nos
questionam com tom de deboche ( “O que ?”) quando falamos em
filósofos, escritores, pesquisadores, doutores... do continente
africano. Um continente com esses números impressionantes não pode
continuar sendo visto da mesma maneira, afinal quais das
características deles não faz parte de todos? Que diferenças entre
eles e nós nos torna superior?
Pessoas falam demasiadamente sem
pensar, dizem que: “africanos são macumbeiros”, mas mal notam
tamanha ignorância. Primeiro por reduzir a uma a diversidade
cultural e o conjunto de crenças (religiões), depois por não
notarem que a propriamente dita macumba pertence igualmente a Brasil
e a África uma vez eu grande a maior parte das religiões que são
englobadas no conceito de macumba são afro-brasileiras (isto é
motivo da vinda de muito
s africanos para o Brasil, o estudo de
tradições e crenças que foram perdidas por diversos fatores e só
foram mantidas aqui). E ainda mal sabem que macumba na realidade é
um instrumento musical.
Assim, leia os nossos textos, se
instrua, enriqueça a sua mente, não se irrite caso tenha agredido a
valores que você defende ou acredita, peço desculpa a todos se de
alguma maneira atingi, mas se estiver estressado procure uma macumba
e vai macumbar por aí.
*OBS: Todos respeitamos e
apreciamos a cultura portuguesa.
Turma 2106
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